É um grande mal da
civilização contemporânea. Ela decorre normalmente da excitação constante em
que vivemos, das situações de stress e de pressão, principalmente no âmbito
profissional. A vida agitada, a velocidade dos acontecimentos, o excesso de
informações, a aceleração do tempo, tudo isso estimula excessivamente o Sistema
Nervoso Central, que geralmente é incitado diante de situações de perigo. Esta
emoção é da mesma família do medo, distinguindo-se dele pelas motivações no
caso do medo, as causas são concretas, evidentes, enquanto no da ansiedade,
todos os sintomas são gerados pela expectativa, por motivos vagos e abstratos,
mais subjetivos.
Fruto de uma conexão
entre sintomas orgânicos e psíquicos, a ansiedade é inerente ao sistema biológico
do homem, precedendo eventos que envolvem tensão, perigo ou apreensão. Seus
sintomas são patentes e inegáveis, mas não necessitam de tratamento, pois são
passageiros. Eles são desencadeados a partir de uma descarga da Noradrenalina,
um neurotransmissor produzido nas glândulas suprarrenais, nos lócus cerúleos e
no núcleo amigdalóide. A ansiedade provoca então sinais físicos de que algo
está errado, tais como taquicardia, sudorese, tremores, tensão muscular,
aumento das secreções urinárias e fecais, aumento da mobilidade intestinal, cefaleia,
fadiga, insônia, falta de ar, sensação de desmaio, dores no peito, boca seca,
dificuldades de engolir e de relaxar, um nó na garganta, entre outros.
Um estado agudo da
ansiedade pode provocar um transtorno conhecido como Síndrome do Pânico, que
exige tratamento específico. A ansiedade tem-se tornado companheira assídua na
vida de grande parte das pessoas, dependendo da vida que elas levam, quase
sempre de baixa qualidade. Infelizmente, ela pode causar um rebaixamento da autoestima,
pois o indivíduo começa a acreditar que é incapaz de realizar determinadas
tarefas. A partir deste momento, ele passa a conviver também com o medo,
principalmente o de errar, o que às vezes provoca uma paralisia nas ações e
atitudes, impedindo-o até mesmo de tentar executar um trabalho.
Acredita-se também
que acontecimentos traumáticos do passado – algo dito por alguém, uma ofensa,
uma calúnia, uma ação negativa que, a partir de um dado momento, repercute na
vida da pessoa atingida – podem estar nos bastidores das histórias que
desencadeiam a ansiedade, representando fatores invisíveis destes
distúrbios emocionais. Muitas vezes é necessário recorrer a uma terapia, aliada
a um bom tratamento psiquiátrico e a outras terapêuticas complementares, para
se libertar desse mal psíquico, encontrando assim um meio de superação deste
desafio, e uma existência imbuída de melhor qualidade e de um constante
amadurecimento mental.
Toda emoção tem na
nossa vida um papel positivo e um negativo. O aspecto positivo da ansiedade é
que ela exerce também a função de sinal de alerta em nosso organismo,
contribuindo para a sua autopreservação. Não deve ser considerado um estado
normal, mas de certa forma é uma resistência saudável, que assim indica algo
negativo ocorrendo no sistema emocional do indivíduo. Curioso observar, nesse
aspecto, os animais, que também passam por esta experiência, ao se prepararem
para fugir ou para lutar, meios próprios de se preservarem. O homem ainda tem
lembranças impressas, na mente e no corpo, dos seus tempos de habitante das
cavernas, quando vivia em estado de alerta, lutando pela sobrevivência. Desde
esses tempos nem tão remotos, o Sistema Nervoso Central vivia estimulado para
enfrentar os perigos, que não eram poucos.
Os riscos da
sociedade atual, porém, são interpretados como preponderantes aos fatores
biológicos dos antigos primatas. A ameaça de perder o status, o poder, os
amores, os amigos, as possibilidades de concretizar determinados planos, a
proximidade do desconhecido, do novo, e outros tantos perigos modernos, são
fatores desencadeantes deste desequilíbrio emocional.
A ansiedade só não
pode se tornar patológica, porque a partir deste estágio ela impede o
crescimento, o desenvolvimento e o enfrentamento das dificuldades, restando ao
paciente uma paralisia emocional que dificulta sua vida e bloqueia os
mecanismos psíquicos de adaptação às novas situações e contextos existenciais.
Muitas vezes culpamos
“um pobre espírito” por nossos próprios desatinos....
LEMBREM-SE
SOMOS O RESULTADO DE
NOSSOS PENSAMENTOS